O que são resíduos sólidos?
Antes de explicarmos o que é um resíduo sólido, é necessário conceituarmos o termo “resíduo” e diferenciá-lo de outra palavra bem comum, “lixo”.
Lixo está associado a algo que não tem mais uso e é jogado fora, enquanto os resíduos são materiais que embora não tenham aplicabilidade para você ou sua empresa, podem ser úteis em outros contextos.
Já os resíduos sólidos, como o nome já indica, eles são materiais de natureza sólida que são descartados, mas ainda podem ser usados por outras pessoas e indústrias. Alguns exemplos são papel, plástico, vidro, metal, tecido, restos de alimentos e outros.
É um cenário bem desafiador, especialmente graças ao descarte inadequado desses materiais. Grande parte dos resíduos, principalmente os rejeitos e resíduos orgânicos, são enviados para lixões a céu aberto, o que representa um risco ambiental e de saúde pública.
Além disso, a implementação da coleta seletiva em muitas cidades brasileiras ainda é bem desigual, com municípios que avançam no setor e outros que não contam com a infraestrutura necessária para isso, mesmo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010.
De acordo com a ABNT Norma Brasileira 10.004, os resíduos sólidos seguem a seguinte classificação. Confira a seguir.
São resíduos que apresentam propriedades tóxicas, inflamáveis, corrosivas, reativas ou patogênicas que representam riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Exemplos são pilhas e baterias, produtos químicos tóxicos e outros, que devem ser descartados com segurança.
Classe II – Resíduos Não Perigosos
São resíduos que apesar de não se enquadrarem na classificação de resíduos perigosos, ainda podem oferecer riscos ao meio ambiente e à saúde pública se não forem tratados corretamente.
Alguns exemplos são aqueles que podem conter propriedades relacionadas à combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.
Isso significa que esses resíduos têm a possibilidade de sofrer transformações físicas, químicas ou biológicas com o passar do tempo ou após a exposição a certos tipos de situações, como plásticos e garrafas PET.
Os resíduos inertes, por sua vez, são os que têm bem menos chances de passar por transformações que sejam nocivas para o meio ambiente ou para as pessoas. Alguns exemplos são entulhos de obras e areia.
O destino dos resíduos sólidos pode variar dependendo da sua classificação, das práticas de gestão adotadas em cada região e dos recursos disponíveis. Confira algumas das possibilidades a seguir.
Os aterros sanitários são áreas preparadas com sistemas para evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, sendo projetados para receber resíduos não recicláveis e rejeitos.
Resíduos recicláveis, como papel, plástico, vidro e metais, são separados e enviados para centrais de triagem ou usinas de reciclagem. Lá, eles são processados e transformados em matérias-primas que podem ser utilizadas na fabricação de novos produtos.
Resíduos orgânicos, como restos de alimentos e materiais vegetais, podem passar pelo processo de compostagem. Nesse método, eles são transformados em compostos orgânicos, um excelente adubo para a agricultura e jardinagem.
Alguns resíduos podem ser destinados à incineração, um processo de queima controlada que permite a redução do volume do material e a geração de energia térmica ou elétrica. A incineração é normalmente direcionada para os resíduos perigosos e resíduos hospitalares.
Certos produtos, como embalagens, pilhas e baterias, eletroeletrônicos e pneus, possuem sistemas de logística reversa. Isso significa que os fabricantes são responsáveis por recebê-los e garantir o seu tratamento adequado e destinação ambientalmente correta.
Por fim, há os resíduos que podem ser reutilizados, sem a necessidade de tratamento especial. Isso ocorre principalmente com resíduos Classe II B (inertes), que podem ser utilizados em obras variadas, por exemplo.
A coleta dos resíduos pode variar de acordo com o tipo e as práticas adotadas em cada localidade. Confira algumas possibilidades.
É responsável pela retirada dos resíduos sólidos gerados nas residências, condomínios e áreas residenciais.
Os moradores devem acondicionar corretamente os resíduos em sacos ou recipientes adequados e colocá-los em pontos específicos, como calçadas ou contêineres, para serem coletados.
É um processo que visa a separação dos resíduos recicláveis dos não recicláveis, possibilitando a destinação correta e a reciclagem dos materiais reaproveitáveis. Nesse sistema, eles são coletados separadamente em diferentes recipientes, normalmente identificados por cores.
A coleta de resíduos perigosos é geralmente realizada por empresas especializadas e licenciadas, que contam com equipamentos e procedimentos adequados para garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos e a redução dos riscos ambientais.
Aqui, os resíduos passam por vários processos de categorização e são devidamente encaminhados para o descarte adequado.
Após a coleta, os resíduos são transportados para centrais de triagem, aterros sanitários, usinas de reciclagem ou outros destinos adequados, de acordo com o tipo de resíduo e o sistema de gestão adotado pela região.
É importante destacar que a coleta adequada e o tratamento correto dos resíduos são essenciais para minimizar os impactos ambientais e promover a sustentabilidade na gestão dos resíduos sólidos.